Kasinski Prima 150: a prima da Vespa
Scooter traz (belo) estilo italiano, (boa) mecânica chinesa, preço atraente e garantia de três anos
O design é um dos pontos fortes do Prima: linhas lembram a Vespa italiana, assim como a pintura bicolor
Antes de encarar o engarrafamento, uma rápida vistoria. Dos scooters à venda no Brasil, o Prima é o que mais se assemelha à original Vespa italiana, da Piaggio. O desenho da carenagem e, principalmente, a pintura bicolor dão um chame extra ao modelo da Kasinski. Não sei o quanto o painel e o banco caramelo dessa versão vinho (há também preta e amarela) vão durar sem encardir, mas o efeito é bem bacana. Pena que o acabamento ainda não esteja no nível de Honda Lead ou Yamaha Neo: não é difícil encontrar rebarbas nas peças plásticas.
Uma vez acomodado, chama atenção o quadro de instrumentos, bem completo para um scooter. Há velocímetro, marcador de combustível e conta-giros, além do hodômetro (só faltou um reloginho digital). Outro diferencial está no bocal do tanque na parte externa (geralmente fica sob o banco nesse tipo de moto), muito prático de usar – basta girar a chave para destravar a tampa. Por falar no tanque, ele tem bons 7 litros de capacidade, o maior da categoria.
Posição de pilotagem pode ser mais reta, com os pés para baixo, ou inclinada, com os pés apoiados na carenagem dianteira
Dada a partida, o motor 150 cc agrada pela suavidade de funcionamento, com pouca vibração. De fabricação chinesa, o propulsor PZ (Piaggio Zongshen) é o mesmo que equipava as Vespas LX 150 até 2005 – depois elas ganharam injeção eletrônica. O único pênalti do motorzinho é a presença do velho carburador, o que exige um período de aquecimento da máquina antes de funcionar a plenos pulmões (além de ser indicado não deixá-lo sem ligar por muitos dias). Rivais como Lead e Suzuki Burgman já aderiram à eletrônica.
Boas sacadas do projeto: compartimento sob o banco é generoso (e ainda vem forrado), enquanto o tanque fica na parte externa
O teste definitivo foi levar o Silvestre na garupa. Somados, eu e ele superamos os 160 kg. E mesmo assim o Prima não negou fogo, inclusive nas ladeiras. O peso extra, porém, agravou um problema: os freios deixam a desejar. Ainda que tenha disco na dianteira, o sistema apresenta resposta lenta e pouco eficiente, “borrachuda”. Em algumas situações, como descidas levando garupa, parece que a moto não vai parar, exigindo força nas mãos. Por outro lado, o câmbio CVT deixa a condução bastante relaxada. É só acelerar e frear.
Rodas aro 13 ajudam na estabilidade. Painel tem conta-giros e iluminação azulada, mas o acabamento poderia ser mais caprichado
Lançado por R$ 5.990, o Kasinski Prima hoje é vendido a promocionais R$ 5.390 – com direito a capacete grátis em algumas concessionárias. É um valor atraente se comparado ao de modelos mais tradicionais, como Lead (R$ 5.690), Neo (R$ 6.590) ou Burgman (R$ 5.990). Pelo motor mais forte, design e garantia de três anos, essa Kasinski aparece como boa opção para quem procura um scooter diferenciado. Ah, e sabe quanto tempo levei para chegar em casa naquele dia? Menos de meia hora!